A Escritura é inspirada por Deus
2Tm 3.16
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
A expressão “inspirada por Deus”, equivalem à expressão grega theopneustos.
Isto indica que a Escritura é a Palavra de Deus, falada por Deus ou soprada pela própria boca de Deus.
A combinação de boca, sopro e palavra nos mostra que o modelo de inspiração que se tenciona aqui é o da fala humana.
Falar é comunicar de uma mente para outra mente.
Geralmente guardamos para nós mesmos o que está “em nossa mente”. Mas quando falamos, revestimos os pensamentos de nossas mentes com as palavras da nossa boca.
Observe-se também que o texto diz ” Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil”
Há versões que traduzem: “Toda a Escritura divinamente inspirada por Deus é proveitosa…”.
Esta é uma tradução incorreta, pois, atrela a inspiração da Escritura a sua utilidade ou proveito, abrindo espaço para a interpretação de que se algum texto bíblico não é proveitoso não é inspirado.
A verdade é que, Paulo não está fazendo uma declaração (“Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa”), mas duas declarações (“Toda a Escritura é inspirada e útil”).
Com efeito, ela nos é útil e proveitosa justamente por ser inspirada por Deus.
Precisamos conhecer o verdadeiro significado da inspiração.
- Quando Deus falou, ele não falou para o espaço.
- Nem escreveu documentos que deixou por aí para serem descobertos, como Joseph Smith (fundador da Igreja Mórmon) reivindica com relação a suas placas de ouro.
- Deus tampouco ditou a Escritura para secretários que não tiveram nisso qualquer participação, como os muçulmanos acreditam que Alá ditou o Alcorão a Maomé em árabe.
Ao falar em processo de inspiração, nós estamos dizendo que os autores humanos, mesmo enquanto Deus falava para eles e através deles, estavam eles mesmos ativamente engajados na pesquisa histórica, reflexão teológica e composição literária.
Afinal, muito da Escritura é narrativa histórica e cada autor tem sua própria ênfase específica e seu próprio estilo literário.
A inspiração divina não dispensou a cooperação humana nem deixou de fora as contribuições peculiares a cada autor.
Assim, “inspirado por Deus” não é a única avaliação que a Escritura faz de si mesma, uma vez que a boca de Deus não foi a única boca envolvida em sua elaboração.
A mesma Escritura que diz “a boca do Senhor o disse” (Is 1.20) diz também que Deus falou “por boca dos seus santos profetas” (At 3.18, 21).
Mas, então, a Escritura saiu da boca de quem: de Deus ou dos profetas? A única resposta que encontramos na Bíblia é “de ambos”.
Na verdade, Deus falou por intermédio de autores humanos de tal maneira que suas palavras eram simultaneamente palavras deles, e as palavras deles eram simultaneamente as palavras de Deus. É isso que significa a dupla autoria da Bíblia.
A Escritura, a Bíblia Sagrada, é a Palavra de Deus escrita através das palavras dos seres humanos.
É essencial que se mantenham juntas as duas autorias.
Na nossa doutrina da Escritura nós não devemos, nem afirmar que ela é a Palavra de Deus, negando assim que ela seja palavras de seres humanos (o que seria fundamentalismo), nem afirmar que ela é palavras de seres humanos, de maneira a negar que ela seja a Palavra de Deus (o que seria liberalismo), mas, sim, afirmar os dois de igual maneira, recusando-nos a permitir que uma coisa contradiga a outra.
Assim, por um lado, Deus falou (Hb 1.1), determinando o que ele queria dizer, mas sem abafar a personalidade dos autores humanos. Por outro lado, os seres humanos falaram (2Pe 1.21), usando livremente suas faculdades, mas sem distorcer a verdade que Deus estava falando através deles.
Não temos o direito de declarar que essa combinação é impossível.
Dizer isso, seria indicar uma falsa doutrina da providência de Deus. Entendendo que Deus e homem encontram-se em um relacionamento tal, um com o outro, que é impossível que ambos sejam livres agentes na mesma ação.
Se o homem age livremente (i.e., voluntária e espontaneamente), Deus não o faz, e vice-versa. As duas liberdades são mutuamente excludentes.
O único jeito de acabar com esse raciocínio enganoso é compreendendo a ideia bíblica da operação convergente de Deus em, com e através do livre funcionamento da própria mente humana.
A maneira como nós entendemos a Escritura afeta a maneira como nós a lemos.
A sua dupla autoria requer de nós uma dupla abordagem.
Já que a Escritura é a Palavra de Deus, nós deveríamos lê-la diferentemente de qualquer outro livro — sobre os nossos joelhos, com humildade, reverência e oração, pedindo ao Espírito Santo que nos ilumine. Mas, uma vez que a Escritura é também palavras dos seres humanos, nós deveríamos lê-la como lemos qualquer outro livro, usando a nossa mente, pensando, ponderando e refletindo, considerando atentamente suas características literárias, históricas, culturais e linguísticas.
Esta combinação de humilde reverência com reflexão crítica é mais do que importante: ela é indispensável.
2Tm 2.7
Reflita no que estou dizendo, pois o Senhor lhe dará entendimento em tudo.
ORE:
Pedindo para compreender a Palavra de Deus.
Para compreender e ser consolado pela verdade da inspiração de Deus das Escrituras.
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